A adolescência é uma fase de descoberta. Nestas idades damos grande valor à nossa imagem e por vezes queremos ter um corpo “perfeito”. É nesta fase que formamos a nossa auto-estima, a nossa personalidade.
É difícil para nós adolescentes assistirmos às transformações que ocorrem no nosso corpo, principalmente a nível hormonal. É neste período de tempo que a nossa vida dá uma reviravolta e que surgem grandes preocupações e incertezas em relação a nós, ao nosso corpo e à nossa imagem.
Há todo um conjunto de factores e de objectivos para alcançar que nos preocupam mas, o principal objectivo, é sermos iguais aos nossos amigos e identificarmo-nos com o nosso grupo. Muitas vezes isso não acontece pois achamo-nos diferentes, sem estilo, sem imagem e sem um corpo “perfeito” para fazermos parte do grupo. O passar do tempo e a não aceitação destas mudanças pode levar a que esta preocupação se torne numa angústia, num desespero e numa tristeza profunda.
A obsessão e a cisma de se acharem diferentes e com uma má imagem pode levar os adolescentes a fazer mudanças drásticas nos hábitos de vida que, a longo prazo, são fortemente prejudiciais para a saúde. Entre estas mudanças as mais frequentes são as dos hábitos alimentares, a prática excessiva de exercício físico, o consumo de drogas e álcool, o isolamento, as alterações de humor e a agressividade (não queremos sair de casa para não sermos vistos pois achamos que iríamos ser discriminados pelas pessoas, quando essa não é a realidade). Por tudo isto, a adolescência pode ser um período da vida um bocado complicado. O importante é que não guardemos para nós estas preocupações. Devemos encará-las como próprias desta fase da vida e partilhá-las para que não nos sintamos sós.
Ontem à noite recebemos umas visitas muito especiais...os nossos pais!
Escrevo esta carta para lhe dar uma sugestão. Acho que o Natal devia mudar de tradições e o seu fato devia ter outra cor e outro estilo. Devia trocar as renas por um outro animal e os duendes reformarem-se. Ah, esqueci-me de lhe dizer que devia cortar a barba ou então pintá-la. Podia começar a entrar pela porta porque hoje em dia algumas casas não têm chaminé e isso torna-se um problema para si.
Sei que estás à espera que te peça uma prenda, como por exemplo, um telemóvel novo ou uma consola de jogos mas também não vale a pena pedir paz e amor, porque é impossível viver na perfeição por muito que fujamos da dor e da guerra.
Bem, estou cheio de ouvir falar do Pai Natal. Por isso, este ano, quero que a minha casa venha uma Mãe Natal mas, de preferência e se não for pedir muito, uma que tenha as características da Liliana Queirós.
Estou-te a escrever esta carta porque a minha professora de Inglês pediu.
Já há bastante tempo atrás eu mandava-te cartas a pedir bonecas ou algo com que pudesse brincar. Este ano não quero nada disso. O que queria mesmo era a paz no mundo. Sei que mesmo que te peça mil vezes nunca me poderás dar este enorme presente porque isto não depende de ti nem da fábrica dos brinquedos; depende de nós, das pessoas do mundo.
Olha, eu sei que te deves sentir solitário durante o ano porque só te escrevem nesta época mas é porque precisam de ti. Tens de entender que o teu fato vermelho, as tuas barbas, as tuas renas e os teus presentes trazem ao mundo uma época de paz, de amor, em que as famílias se unem no calor confortável dos seus lares; uma época de generosidade…
Além dos presentes pedidos por todos nós neste Natal, eu queria que fosses aconchegar os corações das pessoas com frio, que ajudasses os que mais necessitam e que todas as pessoas voltassem a ver o verdadeiro significado do Natal. Que esquecessem a tua figura e se relembrassem dos serões em família, dos presépios e da boa nova que é o nascimento do Menino Jesus.
Estou a escrever esta carta pela minha primeira vez e não sei como o fazer. Espero que este ano não faltes à tua viagem da entrega de presentes e prefiro que não me dês nenhuns este ano. Espero antes que ajudes aqueles que mais necessitam e que se sentem tristes por não terem com quem partilhar a sua felicidade.
